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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

UM ANO DE LUTA

Quando sofremos uma perda,  por mais que os resultados estejam a nossa frente e comprovam que uma nova direção terá que ser tomada, ainda assim, esperamos acordar no dia seguinte e ter de volta o que nos foi tirado.
Não é diferente quando se trata de perda com limitações físicas. A cada manhã nossas esperanças se renovam e temos a certeza que se hoje não veio, amanhã com certeza acontecerá.
A psicologia das emergencias aborda os efeitos relacionados ao trauma e explica que todos os grupos sociais aos quais fazemos parte também sofrem danos irreparáveis quando nos acontece um advento. Segundo algumas pesquisas e depoimentos de pessoas que sofreram tais danos, a classificação se dá na seguinte ordem: primeiramente a vitima seguida da família, pessoas pessoas que preseciaram  o fato seguido dos profissionais de segurança ou saúde que prestaram o socorro.
Assim como o traumatizado, pessoas a sua volta também tem pressa. Algumas delas, a cada reencontro querem resultados visíveis. Outras mais cautelosas, encorajam e comemoram os avanços, por mínimos que pareçam. Minha mãe durante os primeiros oito meses, sempre que me visitava pegava no dedo mínimo do meu pé e perguntava se já sentia o toque.
Há também os chamados "dias maus" que dificultam ainda mais. Por mais seguro que estejamos e temos apoio de família e amigos, somos tomados por uma ansiedade e parece que um turbilhão fisiológico surge em nosso íntimo, tornando as coisas ainda mais difíceis. A fé, esperança e força     vontade desabam. Em seguida sentimos os efeitos colaterais: A chamada síndrome  imune-depressiva faz com o sistema de defesa do organismo baixe perante tais reações nos deixando vulneráveis a doenças como gripe, infecções urinárias, gastrites entre outras.
Outro grande problema são as comparações. Pessoas ignorantes ao assunto, sem fé e ainda por cima indiscretas, desconhecem algumas leis físicas e espirituais e querem que tenhamos reações e ações semelhantes a casos indivíduos que acompanharam ou simplesmente ouviram falar. E muitas vezes nos desanimam ao ponto de não mais ter-mos certeza do tão esperado progresso.
No meu caso, quando completou um ano de lesão, foi como que estivesse dormindo um profundo sono e que só agora tivesse um insight... a caminhada está apenas começando. Não posso retroceder.
Estou fortalecido. Meus verdadeiros amigos e minha família venceram esta etapa comigo. Não me abandonaram, ao contrário, estão mais próximos que antes. Minha fé voltou a crescer e com ela a segurança. 
Começa então uma nova etapa que é a da consciencia. Sei que preciso fazer algo pelas pessoas. Não posso ficar inerte, pois tenho muito à doar.


"Porque ainda um pouquinho de tempo. E o que tiver que vir, virá, e não tardará.
O justo viverá da fé. E se retroceder, A minha alma não tem prazer nele"diz o Senhor.(Hebreus 10: 37-38)...

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